
O que é o Curso MPCG?
O Manejo Populacional de Cães e Gatos (MPCG) é uma área de atuação nova e pouco abordada até então nas faculdades de medicina veterinária do Brasil. Diante dessa realidade, faz-se necessário proporcionar capacitações para os profissionais que atuam nas áreas de controle de zoonoses e controle animal, a fim de disseminar o conhecimento e práticas técnicas e racionais para a promoção da saúde única nos municípios.
O curso é voltado para médicos-veterinários (oficiais e autônomos), gestores e funcionários do serviço público, entidades de proteção animal e protetores independentes que atuam na área de controle de zoonoses e de controle de populações de cães e gatos em seus municípios.
O objetivo da capacitação é preparar profissionais para a implantação e implementação do manejo populacional ético de cães e gatos, por meio de aulas teórico práticas, de forma remota.
Como ele acontece?
O curso possui três etapas (encontros remotos) e tem a duração de 5 meses, sendo que neste período o participante contará com assessoria técnica dos professores nas ações realizadas durante o curso e em seus municípios.
No curso, serão oferecidas aulas teóricas com Médicos Veterinários especializados no tema e será realizado um diagnóstico da estrutura do serviço, apontando as políticas públicas existentes, as potencialidades, as demandas e os gargalos quanto às questões referentes ao manejo populacional de cães e gatos nos municípios dos participantes. Também será elaborado um Plano Municipal de Manejo Populacional, adaptado às realidades locais, amparado legalmente e com planejamento de ações de curso, médio e longo prazo. Esse material é imprescindível para que os gestores municipais entendam a viabilidade e a importância da implementação de políticas direcionadas para promoção de Saúde Única por meio do manejo das populações de cães e gatos nas cidades brasileiras.
Manejo Populacional Ético de Animais em Centros Urbanos
A presença de animais da fauna silvestre e doméstica nos centros urbanos é uma realidade cada vez mais crescente. Em todos os níveis da sociedade, principalmente na área jurídica e na ciência animal, aumentam as discussões sobre questões relativas aos maus-tratos contra animais e preservação ambiental nesses centros. Os conflitos urbanos e sociais servem como provas contundentes da relação conflituosa entre humanos e animais, haja vista que crime contra animais servem de indicadores de violência social e familiar. Vários conflitos estão envolvidos nessa relação, dentre eles: acidentes automobilísticos; mordeduras e/ou arranhaduras; invasão de domicílios; conflitos entre animais domésticos e silvestres; transmissão de zoonoses; acumulação de animais; crimes de maus-tratos e tráfico de animais silvestres. Um Programa de manejo de fauna silvestre e doméstica deve ser trabalhado de forma interdisciplinar e multiprofissional e deve prever o diagnóstico de situação; prevenção de conflitos; controle populacional; proteção ambiental; além da educação humanitária e sistematizada sobre o assunto. Várias são ações executadas nesses programas, dentre eles: educação para a guarda responsável; preservação ambiental; controle reprodutivo; domiciliação; controle de zoonoses; promoção do bem-estar animal; fiscalização e punição aos maus-tratos contra animais.
Cada espécie demanda planejamento e ações específicas, direcionadas para o contexto socioeconômico de cada município. O planejamento prevê o mapeamento dos eventos, discussão e execução das ações realizadas intersetorialmente e estabelecimento de indicadores a serem avaliados e monitoramento dos resultados com o objetivo de acompanhar a dinâmica do fenômeno social e propor soluções para enfrentamento dos conflitos criados.
Um Programa de MPCG precisa prever recursos financeiros; recursos técnicos e humanos; base Legal; diagnóstico situacional; planejamento; ações preventivas e de controle; monitoramento e avaliação; discussão com a comunidade; divulgação e ajustes permanentes. O Programa deve ser multifatorial, ou seja, com diversas ações sendo tomadas em conjunto, como, por exemplo, a criação de uma legislação que embase legalmente o programa; educação humanitária; registro e identificação; cuidados com a saúde animal, dentre eles a castração; atenção às pessoas em situação de acumulação; programas de adoção e de animais comunitários; controle de comércio de animais; fiscalização de maus-tratos contra animais; entre outras medidas cabíveis e necessárias priorizando áreas de maior vulnerabilidade.
Uma das causas mais comuns é a perda de habitat natural de algumas espécies, forçando-os a procurar acesso, abrigo, alimento e água nas cidades e desta forma se expondo a esses riscos. As espécies mais envolvidas em conflitos urbanos são equídeos, gambás, quatis, capivaras, urubus, pombo doméstico, aves silvestres, morcegos e pequenos primatas.
O manejo populacional de animais, seja ele de qualquer espécie, é o conjunto de ações que propiciem o convívio saudável entre o ser humano e as espécies domésticas e silvestres considerando a saúde única como objetivo a ser alcançado.
Manejo Populacional de Cães e Gatos
O manejo populacional de cães e gatos (MPCG) é um conjunto de estratégias desenvolvidas para atuar diante da falta de controle e do abandono animal e promover a guarda responsável, estruturadas sobre a ótica da promoção da saúde única. As estratégias têm como objetivos melhorar a saúde e o bem-estar não só para animais de abrigos, mas também para qualquer tipo de animal desprovido de assistência veterinária e que vive em situação de risco; reduzir a densidade de cães e gatos nas ruas e diminuir a taxa de reposição; reduzir os riscos para a saúde única; implementar a percepção pública sobre o assunto; aumentar e melhorar a adoção; e reduzir impactos negativos dessas espécies sobre a vida selvagem.
O Programa de MPCG permite que os municípios atuem nas áreas de controle de zoonoses e controle animal de forma ética, racional e técnica para diminuir o descontrole nas populações de cães e gatos, a disseminação das zoonoses, o abandono e os casos de maus-tratos a animais.